“Fantástico em Mineiros”, por Fabio Campos*

Acredito que boa parte dos mineirenses acompanharam atônitos a reportagem veiculada pelo programa global “Fantástico” neste domingo passado, o assunto é o principal objeto de várias discussões pela cidade e fora dela.

De um lado temos o programa dominical espancando aquela que teoricamente estaria carregando sobre si boa parte dos erros cometidos à bem da verdade pelo MEC – Ministério da Educação – por mais de 14 minutos de gravação (sempre com uma trilha sonora dramática é claro!) e do outro a instituição de ensino se defendendo em parcos segundos daquilo que evidentemente sobrou de uma famigerada edição.

Visando garantir o direito constitucional ao CONTRADITÓRIO e a AMPLA DEFESA busquei informações a respeito do posicionamento do gestor da Faculdade Mineirense – FAMA, o senhor Alessandro Rogério Barros de Rezende e percebi que outro direito também foi ferido, o DIREITO DE IMAGEM, pois a reportagem esteve no interior de uma propriedade privada e lá realizou captação de imagens, que posteriormente denegriram a instituição, sem a prévia autorização dos proprietários da referida faculdade.

O direito de expressão e de informação da impressa em tese poderiam sobrepor os outros três direitos acima denotados?

Creio que não, ainda mais se esses direitos forem trucidados em favor da execração em praça pública, leia-se exposição televisiva em horário nobre, de alcance nacional e internacional.

Não estou aqui sendo pura e simploriamente bairrista defendendo cegamente uma instituição acadêmica, noticio inclusive que não tenho procuração para tal, mas defendo sim que na apuração dos fatos se verá que a essência deste problema está no próprio MEC que não é tão bom para realizar suas funções quanto é para fiscalizar, conforme se verificou através da própria reportagem quando noticiou a falta de estrutura de uma Universidade Federal em Porto Velho-RO.

A exposição midiática da forma com que ocorreu coloca em risco não só a instituição educacional, mas diretamente os benefícios que há de vir para a população mineirense com o sucesso da expansão dos cursos universitários em nossa região.

Na conversa com o gestor da faculdade o mesmo demonstrou vínculos documentados e registrados em cartório com inúmeras instituições hospitalares de Goiás que garantem os propalados 1000 leitos exigidos pelo MEC, aliás, comprovou 1066 leitos no total, sendo que um destes documentos põe por terra a afirmação leviana de um senhor que aparece na reportagem como uma espécie de representante da Secretaria Estadual de Saúde, que não haveria nenhum convênio com aquela secretaria. Tais provas serão apresentadas oportunamente se necessário pelo representante legal da instituição de ensino.

Por exigência do MEC tais academias de medicina devem colocar à disposição dos estudantes locais adequados para os primeiros contatos com a prática médica, mas isto apenas a partir dos últimos três anos do curso e o compromisso firmado com aquele ministério garante a construção de um ambulatório e um hospital universitário até a data limite de 2018.

Particularmente acredito que posteriormente, após a formatura da primeira turma, a Rede Globo não se dignará a enviar uma equipe de reportagem para limpar essa mancha incrustada naquela instituição de ensino, até agora de forma injusta, se o desastre que ela “previu” não se concretizar, aliás, penso inclusive que até os futuros formandos correm o risco de carregar a pecha de “médicos da faculdade criticada pelo Fantástico”. É JUSTO?

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